Oceanário de Lisboa - uma olhada pela janela de vidro grosso. Foto minha. |
«Os plátanos entre as jaulas acinzentavam-se como os nossos cabelos, e afigurava-se-me que, de certo modo, envelhecíamos juntos» - António Lobo Antunes, Os Cus de Judas.
Oceanário de Lisboa - uma olhada pela janela de vidro grosso. Foto minha. |
«Os plátanos entre as jaulas acinzentavam-se como os nossos cabelos, e afigurava-se-me que, de certo modo, envelhecíamos juntos» - António Lobo Antunes, Os Cus de Judas.
Este ritual de passeio pelo jardim zoológico é também uma coisa que me perturbou. Por um lado, porque também o pratiquei com os meus pais, e ao lê-lo perdi essa visão inocência de ritual pequeno-burguês para ficar com a da aridez que ressalta da descriação da obra. Por outro lado, tenha estado a pensar durante a releitura, se há alguma relação entre a África, a Guerra e o Jardim Zoológico. Seria o Jardim Zoológico a coisa mais próxima de África que se poderia conhecer em Portugal? Será o Jardim Zoológico uma metáfora da vida, nós como animais enjaulados, subjugados, dormentes? As pessoas que vão ao JZ serão assim tão diferentes dos animais que lá estão presos?
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